“Alguns Anos Daqui” da Devonts traz esperança e busca por dias melhores

Por: Vinícius Aliprandino

Devonts - Álbum Alguns Anos Daqui (1)

Após dois EPs lançados, o duo Folk Devonts – lançou o álbum “Alguns Anos Daqui“. Com uma mistura de ritmos, o álbum ganhou vida trazendo uma mensagem e sensação de esperança. As canções do disco tratam desde temas cotidianos até questões políticas.

Ao todo, são 11 faixas que contam com voz, violão, banjo, bandolim, metalone, gaita, violoncelo, baixo guitarra e percussão.

O duo é formado por Pedro Rui Von (voz, violões e gaita) e Denis Cruz (voz, bateria e percussão). Entretanto, para a gravação do disco a dupla contou com Victor Rolfsen no baixo e na guitarra, e Adriana Lombardi no violoncelo.

A produção musical foi realizada por Marcos Alma. Os arranjos são de autoria de Marcos Alma e dos integrantes Denis Cruz e Pedro Rui Von. “Alguns Anos Daqui” foi gravado nos estúdios Space Blues e Nheengatu, em São Paulo. A parte de mixagem e masterização, que também recebem os créditos de Marcos Alma, aconteceram em Geblergasse Studio, Viena.

Confiram logo abaixo a resenha que o Papo Alternativo realizou a respeito do álbum da dupla.


Devonts 1 - crédito Mathias Reis (1)
Crédito da foto: Mathias Reis

“Quanto Mais Eu Ando”

Uma estrada ensolarada e um dia cheio pela frente. Essa é a sensação que a faixa que abre o disco passa logo de cara. Com um folk agitado e gingado, a canção canta sobre que quanto mais crescemos, mais precisamos aprender, e quanto mais aprendemos, mais sabemos que sabemos muito pouco com relação ao mundo. Uma reflexão de humildade e sobre estar sempre disposto a colocar os pés na estrada para buscar novas perspectivas e aprendizados.

 

“Engrenagens”

Em seguida é a vez de dar continuidade no funcionamento. As engrenagens continuam a funcionar. Com o ritmo guiado por um metalone, a canção se inicia. Com uma mensagem a respeito do sistema, a dupla canta a respeito de nãos seguir essas engrenagens que movem o sistema. É hora de olhar para o mundo de uma maneira diferente. De acordo com a banda, essa nova concepção e mundo acontece e coloca pra baixo os pilares que sustentam os erros do mundo atual.


“Caminhada”

E a caminhada em busca de um futuro, de um lugar melhor, não para. A faixa “Caminhada” ala justamente sobre isso. Seguir adiante e buscar um lugar, uma forma de vida melhor. “Um dia a paisagem se vai e algum dia desses iremos nós dois”. A música fala sobre aproveitar o momento enquanto estamos aqui.

Espere por uma caminhada, pelos parques vamos percorrer. Enquanto falamos da vida e assistimos ao anoitecer

Destaque para a gaita que rouba toda a cena no desfecho emocionante da canção.

 

“Impressão Sua”

Se na canção anterior, a gaita guiava o desfecho da canção, aqui ela se coloca a frente,logo na introdução, com responsabilidade, acompanhada da bateria que juntas fazem uma introdução encorpada. Em seguida a canção se abre ao som o banjo em uma batida Country, com uma mensagem que reflete a respeito de um cotidiano violento, repressão policial e racismo. Em um mundo onde grande parte da mídia e alguns lados da sociedade contam que tal repressão não existe, ou que tudo isso é necessário para conter o que eles classificam como “baderneiros”, para defender o discurso conservador e a ideia do senso comum de que isso é o melhor a se fazer, a Devonts traduz o que eles mentem com o refrão “impressão sua, ninguém matou ninguém, tá tudo bem”.

 

“Hoje trabalhar tá perigoso
Pra tudo que é tipo de artista
Gás lacrimogêneo de pimenta e cassetete
Se não corre, sobra até pro jornalista
Hoje a escola liberou mais cedo
Não vai mais ter aula, que delícia
O professor não vem, tá com hematomas
Que ganhou na passeata de presente da polícia”

 

 

“Marcas no Chão”

O violoncelo dá a largada em “Marcas no Chão” – a canção mais calma do disco e com a letra melancólica. A música relata a respeito da correria do dia a dia, em que não damos importância aos problemas e sofrimentos que acontecem ao nosso redor. Na faixa, a dor da vida de um morador de rua é contada. Chega um ia em que o homem morre, e as pessoas apressadas, nem se dão conta de que ali antes vivia uma pessoa. E assim se encerra uma via. Solitário, jogado na rua e sem ninguém para nem ao menos se importar.

Dia e noite por ele passam passos
Apressados ou não
Cruzam caminhos sem cruzar o olhar
E seguem assim sem mesmo saber

 

Devonts 2 - crédito Mathias Reis (1)
Crédito da foto: Mathias Reis

 

“Um dia a Mais”

Após a tristeza, a esperança e o dia radiante volta a bater a porta da Devonts. Em “Um Dia a Mais”, a dupla sai mais uma vez em busca da felicidade. Desta vez, a canção fala sobre um relacionamento. Ir em busca da pessoa amada e se dedicar as coisas simples da vida, enquanto existe tempo para aproveitá-la.


“Passos e Poesias”

Em “Passos e Poesias” o violão dedilhado surge para a introdução da música. Se na faixa anterior o tema era sobre a busca da pessoa amada, nesta canção essa busca foi concretizada e a convivência faz bem para o personagem de forma que ele viva a dançar e flutuar com a companhia.

Veias Abertas

Voltando às questões com um tema mais sério, a canção vem para falar da desigualdade social e de problemas que vão desde guerras até a fome. A falta de atenção e preocupação com o problema do próximo também é cantada, na canção do álbum que mais possui uma influência de ritmos nacionais.

Devagar

Cantada de um adulto experiente para uma criança, a canção alerta a respeito dos perigos que temos a cada esquina e pede para que tenha calma com o mundo.

“Vá com calma, pequenina
É preciso ter bom senso
Você acaba de chegar
onde eu já passei faz tempo”

 

“É, Foi ou Será”

Em “É, Foi ou Será” a dupla fala sobre a liberdade de ser. Viver sem amarras, sem se importar com a opinião alheia. E por outro lado, sem apontar o dedo para aquilo que soa maneira diferente daquilo que somos. A mensagem principal é a de viver e deixar viver.

Quando as vozes da razão dão lugar à opressão
É preciso libertar, conhecer, deixar fluir

 

“Alguns Anos Daqui”

A canção que encerra o disco, carrega o mesmo nome do álbum. “Alguns Anos Daqui” fala sobre ter vivido muito, ter experiência, mas ainda ter vontade de conhecer muito do que o mundo tem para ensinar. Além dessa vontade, a música fala sobre o medo de morrer e deixar de fazer as coisas boas da vida, perdoar e ser perdoado por aqueles a quem tenha cometido algum sentimento ruim.

“Eu já estou marcado por tudo o que fiz,
mas meu único medo é morrer,
sem me perdoar a quem eu feri
e me lamentar por abraços que não dei,
quanto olhar para trás alguns anos daqui”

 


Confiram o álbum “Alguns Anos Daqui” nos links abaixo e acompanhem a “Devonts” através da página oficial do duo no Facebook.

 

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