Por: Letícia Moraes
De um projeto resultando da inquietação do sociólogo Rafael Mantovani, surgiu “De Soslaio”. O paulistano compõe, executa, grava e lança seus discos de forma independente desde 2002. Seus 7 discos e seu EP surgiram da sua paixão por Guided By Voices, João Cabral de Melo Neto, Sonic Youth, Charles Baudelaire, Killing Joke e Facção Central.
O projeto atualmente conta com Victor Toso (baixo) e Rafael Moralez (bateria). O idealizador Rafael Mantovani, responsável pelas vozes e a maioria dos instrumentos ouvidos nas gravações é fanático por rock alternativo americano e inglês e isso pode ser facilmente notado nas canções.
Seu álbum de estreia, “Imagens e Trajes“, formalizou o modus operandi da banda: a produção de forma caseira, sem polimentos, sem estúdios, selos ou gravadoras e com todas as suas fases voltadas às ideias de seu criador, o que faz levar o significado de “independente” ao pé da letra.
Seguindo a mesma linha surgiu “Tudo Aquilo a Respeito do Qual Não Há Mais o Que Dizer” em 2003. Isso aprimorou a sonoridade do álbum anterior. Após um hiato surgiu em 2011 “A Moral dos Dóceis e Vencedores”, que nasceu com influências de música latina e MPB.
Em 2014 foi a vez de “Refratário”, que mesclou a proposta do álbum anterior com humor e temas recorrentes que vagam desde a angústia, tristeza e frustração. No mesmo ano surgiu o EP “Frações de Três”, único trabalho que obteve uma banda de fato, com algumas versões de canções de trabalhos anteriores e parcialmente gravado em estúdio.
Em 2015 o projeto retomou o seu formato de one man band com o “Instrumentalização”, onde houve uma exploração de temas políticos. No ano seguinte, nasceu o “Bye, Bye, Brazil” que convocou versões de Tom Zé, Belchior, Mundo Livre S/A, Facção Central, Clube da Esquina, entre outros.
Agora, em 2018, temos o álbum “Rapinagem”. Que intensificou todos os outros trabalhos lançados, mesclando suas influências. É basicamente uma síntese de tudo que foi produzido até o momento. Representando as inquietações, aspirações e vivências de uma pessoa que nasceu no final do século XX e quer entender o que é viver em um grande centro urbano no Brasil contemporâneo.
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