Por: Letícia Moraes
Dialogando com as músicas “Roda Viva” e “Cálice” de Chico Buarque e Gilberto Gil, nasce o moderno samba de Xana Gallo. Onde ela compara a repressão policial nas manifestações atuais com à censura da ditadura.
A inspiração veio nos primeiros protestos contra a realização da Copa do Mundo feitos em 2013. A canção “Roda, Rodou” estará presente no novo EP da artista que deverá ser lançado ainda esse ano. E enquanto não lança o EP, temos uma versão em lyric video do single.
“Acompanhei ao vivo da internet e fiquei em choque, pois não pensei que tamanha repressão e truculência ainda pudessem se dar às claras. Fiquei tão chocada que compus a música. O tempo foi passando e ela foi ficando mais atual. Hoje, mais do que nunca, me assusta a velocidade como estamos todos sendo convidados a calar”, reflete Xana.
Postura política foi algo que sempre esteve presente nas músicas de Xana, mas esse é o momento onde ela mais demonstra suas convicções. Em seu primeiro álbum, em 2014, ela buscou retratar aspectos da cultura negra e das mulheres de sua cidade.
Depois ela lançou um relato pessoal de superação de uma série de relacionamentos abusivos pelos quais passou. E Xana ainda desenvolve um projeto chamado “CompositorA”, criando canções em parcerias com mulheres de diversas cidades que enviam suas histórias para serem contadas ao mundo.
Ao se mudar para o Rio de Janeiro ela enviou suas composições para o produtor Kassin, que lhe abriu as portas do Estúdio Marini para que ela produzisse um EP com Diogo Strausz e onde o próprio Kassin participou tocando baixo em todas as músicas.
A faixa “Roda, Rodou” conta com Danilo Andrade nos teclados, Stéphane San Juan e Patrick Laplan na bateria, Tadeu Campany na percussão e Kassin no baixo. O engenheiro de gravação foi Mauro Araújo, a mixagem feita pelo Strausz e masterização de Carlos Fuchs no estúdio Tenda da Raposa.
Fantástica.