Por: Vinícius Aliprandino
Sete bilhões de pessoas. Apesar de ser um número extremamente alto, nada demais, sabendo que essa é, aproximadamente, a população da Terra (7,53 bilhões para ser mais exato – informação extraída do Google em junho de 2019). Agora, 7 bilhões de sepulturas. É algo alarmante, assustador e crítico.
Esse é o nome da banda batataense Seven Billion Graves, que tem suas influências e sonoridade no trash, djent, metalcore e heavy metal.
O grupo formado por Nelmo Carvalho (voz), Djim (guitarra e voz), Eric Hirosse (guitarra e voz), Gabriel Garcia (baixo) e Sidi Canelli (bateria); já mostra logo de cara, no nome, sua forma crítica e ácida, com relação, não apenas, a uma ou outra questão, mas direcionada de maneira direta a toda a população do planeta – Todos mortos, sem ação, sem saber pelo que viver, ou vivendo em direção a um precipício.
Pois bem, independentemente de qual seja a interpretação de cada um, que tenha contato com o nome, o tom é crítico e a banda já começou seu trabalho. Recentemente, o quinteto lançou o primeiro clipe. A faixa escolhida para estrear as telas de streaming foi “Unreal Blasphemy”.
Entre cordas distorcidas e pesadas, bateria agressiva e vocais rasgados, o vídeo se desenrola após uma introdução irônica, que traz uma inocente música natalina e deságua na sonoridade insana que a banda faz.
Intercalando entre cenas que mostram uma típica reunião de família, com todos os membros comportados e buscando mostrar, através de seu verniz, o quão estabilizados, felizes e normais que são, diante dos padrões sociais; e em outro momento, a realidade por baixo de toda a capa, que tenta transparecer uma mentira – pensamentos caóticos, modos incompatíveis com as normas de etiqueta e que beiram a loucura, se comparados a padronização.

Ao mesmo tempo, a banda exibe sua performance mostrando a mesma ideia. Em algumas cenas, o grupo veste roupas sociais, e em outras os trajes do dia a dia – ambas simbolizando e afirmando a temática do clipe.
De acordo com o vocalista Nelmo Carvalho, a crítica vai além da moral religiosa. É um questionamento para a inconsistência do pensamento humano, que leva essa maneira de ser, para outras áreas da vida, maquiando a verdadeira identidade de cada um, tentando transparecer o que não é.
“Enquanto na letra, o foco aparenta ser apenas a incongruência do pensamento religioso, no clipe nós temos uma clara exposição dos comportamentos discrepantes do ser humano no geral – entre o que se aparenta ser e o que realmente se é. De forma a escancarar as “aparências” cobradas no mundo social e da imagem pública, com o contraste da realidade crua, mas escondida, como se no íntimo o humano desejasse que fosse Irreal “Unreal” este comportamento blasfêmico “Blasphemy”. Como uma mensagem imagética complementar ao conteúdo lírico-musical”, explica o vocalista.
Antes de iniciar o processo de gravação, a banda realizou várias reuniões com o produtor e diretor, a fim de definir qual seria o roteiro do trabalho. Após a primeira etapa, foi hora de selecionar quem iria participar do clipe e os locais onde seriam realizadas as gravações.
A direção e produção do clipe ficaram a cargo de Luiz Mabam (Cley Arts), em um trabalho de filmagem que durou dois dias. Para dar vida ao vídeo, entre elenco e locação, a Seven Billion Graves contou com a ajuda de aproximadamente 20 amigos do grupo.

Antes do clipe, o grupo disponibilizou o lyric video da faixa “Love To Discriminate”, no YouTube. Além destes materiais, os batataenses lançaram o disco “Obliteration of Madness”, que, por enquanto, pode ser adquirido através do contato com a própria Seven Billion Graves. Entretanto o grupo pensa em futuramente disponibilizar o álbum completo nos sites de streaming.
Confiram o clipe de “Unreal Blasphemy” e o lyric video de “Love To Discriminate” nos links abaixo e acompanhem o trabalho da Seven Billion Graves, através da página oficial da banda no Facebook e no Instagram.