Escombro grita contra a censura em música e clipe

Por: Vinícius Aliprandino

Escombro por Jow Head
Foto por Jow Head

A expressão “o tiro saiu pela culatra” representa alguma medida tomada que acaba se voltando contra quem a praticou. Muitas vezes, dos momentos mais difíceis brotam a criatividade e uma força para superar. Tudo isso foi o que aconteceu na vida da banda Escombro.

O grupo lançou, recentemente, o single “O Peso de Sobreviver”, através do selo Seven Eight Life Records. A faixa, que ganhou um clipe, será parte de um EP que a banda prepara para lançar ainda neste ano.

O som é rápido e pesado. A música tem apenas 1 minuto e 33 segundos, porém é mais do que o suficiente para a Escombro passar a mensagem de indignação. A inspiração para a criação de “O Peso de Sobreviver” surgiu após uma censura que a banda sofreu, durante um show em Brasília.

Na ocasião, que ocorreu no dia 8 de junho, o vocalista Jota foi detido e levado para o batalhão da Polícia Militar, na cidade. A banda tocava no União Underground Fest e durante a execução da música “S.O.P. (Sistema Padrão Operacional)” – presente no primeiro álbum do grupo, “Maldita Herança” (2017) – dois policiais interromperam o evento e prenderam o vocalista, o levando até o Batalhão.

O motivo para a censura seria pelo fato de, na introdução da canção, Jota fazer um discurso em crítica à instituição policial.

Com relação à música “O Peso de Sobreviver”, o vocalista conta que a crítica não é direcionada a Polícia Militar, mas sim para outros agentes da sociedade.

A letra não é direcionada à PM. É também para outros agentes da sociedade. Alguns se sentem agora mais protegidos e respaldados por políticos no poder com discurso de ódio, e estão saindo do armário. A música é uma crítica a todas estas pessoas racistas, preconceituosas, que querem a volta da censura e da opressão a artistas, negros, pobres”, explica Jota.

Mostrando resistência e a força que nasce ainda mais após um episódio de censura como o que o quarteto sofreu, o vocalista da Escombro, em nome de todo o grupo avisa que não vão se calar e nem recuar.

Não vamos nos acovardar. Episódios como esse só fomentam nosso inconformismo, alimentam a revolta, nossa e de muita gente, seja no hardcore ou em outros movimentos. Vamos sempre questionar e bater de frente”, explica.

A música é pesada e logo no início dá o recado:

“Eu não vou me calar e aceitar suas regras, sei que é preciso lutar e acabou nossas trégua”

 

Escombro
Além da canção, o grupo também lançou o clipe, que expressa a indignação e a força de luta que a banda carrega.

O vídeo teve a direção de Julius Bueno. A direção de fotografia ficou a cargo de Cassiano Geraldo, a iluminação é de Mario A. Rufini. Luiza Iotti Botezelli foi a assistente de elétrica e também realizou o making of still. A montagem e finalização do clipe ficaram sob a responsabilidade de Julius Bueno. A co-produção é de Santa Sampa Fotografia.

Para a realização do clipe, a Escombro teve o apoio de ANPA Filmes, Black Canvas, Ritmo Visual Filmes, SevenEightLife Records, 1054 Records e Artico INC.

As cordas e a bateria sustentam e dão ainda mais força para os vocais raivosos e informados de Jota, que a cada verso faz duras críticas à censura, ao ódio e ao moralismo, os quais a banda segue criticando.

O quarteto de hardcore é da cidade de São Paulo e conta com Lucas “Jota” Ferreira (voz), Ricardo Quattrucci (guitarra), Igor “Japonês” Fugiwara (baixo) e Felipe Felipeles (bateria).

Como lema, a Escombro tem a frase “Hardcore por um mundo mais digno” e busca levar informação e conteúdo em suas músicas abordando temas atuais e de relevância política e econômica, do país.

Confiram a faixa e o clipe de “O Peso de Sobreviver” nos links abaixo e acompanhem o trabalho da Escombro, através da página oficial da banda no Facebook e no Instagram.

 

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