Por: Vinícius Aliprandino

Brasil – Pós 2019. A Era Cyberpunk é agora! Seja aqui ou em qualquer outro canto do planeta, ela já começou.
A caçada aos androides não tem fim. Blade Runner continua sua saga constante e incansável. Agora, ainda mais pronto para escalar cada palco. Porém, no meio de toda essa jornada, o rapper Yannick Hara lançou mais um trabalho. Desta vez, quem ganhou um lugar nas telas, para alertar a todos sobre a idolatria a tecnologia foi a faixa “O Prólogo e o Título”.
A canção, presente no álbum “O Caçador de Andróides”, lançado em novembro de 2019, conta com a participação do músico Clemente Nascimento (Inocentes e Plebe Rude).
Do punk ao cyberpunk
Duas gerações do punk se encontram para fazer o que o movimento sabe de melhor: Gritar contra o sistema e denunciar todas as suas estruturas e como elas atuam e prejudicam a população.
Do punk rock clássico de Clemente, um dos pioneiros do movimento no Brasil, já consagrado e muito conhecido na cena; ao cyberpunk, que dialoga com o rap, hip hop, punk rock, entre outros estilos musicais, de Yannick, que abastece a arte com muito a dizer.

Tecnologia desumanizadora
A música, apesar de ser inspirada na ficção da saga Blade Runner, reflete a distopia atual e alerta para a ideologia desumanizadora. A questão é um problema que, cada vez mais, vem se tornando constante em nossa sociedade.
No vídeo, Yannick contracena ao lado de Clemente, de modo que os dois realizam uma conversa a respeito do assunto. Para fazer par com a letra, Yannick levanta um celular para o alto, a fim de simbolizar a tecnologia e escancarar a realidade gritante, de uma sociedade movida, motivada e escravizada.
Ao longo do clipe os músicos cantam, enquanto suas imagens são distorcidas, com efeitos utilizados para evidenciar ainda mais o caráter de um futuro que acontece agora, dizendo que tudo aquilo que assistíamos no passado, em filmes de ficção, agora faz parte do nosso dia a dia.
O despertar
Em outras palavras, a canção é um chamado para o despertar de toda essa hipnose, guiada para favorecer a venda de aparelhos de última geração e não apenas manipular toda uma multidão de seguidores, mas também escravizar e manter sob as rédeas de quem tem o poder.
Para isso, no final do vídeo, a frase que encerra, soa como um alarme desesperado: “A distopia é real acorde”.
De acordo com o rapper “O “homem é deus” e “deus é o homem”, não só em sua imagem e semelhança, mas o seu próprio clone em uma mistificação que funde ciência à espiritualidade”.
Ficha técnica
A faixa traz em sua sonoridade o cloud rap, com influências de vaporwave – tudo produzido por Everton Beatmaker.
A direção do clipe é de Victor Castro e do próprio Yannick Hara. A direção de fotografia também ficou por conta de Victor Castro. As fotos e a produção foram realizadas por Natali Arruda. Já a pós produção ficou a cargo de Pedro Camargo (Takeover Filmes).
Outros clipes lançados
Além deste, outros clipes, das faixas do disco “O Caçador de Andróides” foram lançados: “Blade Runner” – que contou com a participação especial do poeta Rafael Carnevalli e a raivosa “A Ideal Mão de Obra Escrava”, já tomavam as telas para denunciar o mundo caótico e distópico.
Confiram o clipe de “O Prólogo e o Título” e o álbum “O Caçador de Andróides”, nos links abaixo, e acompanhem o trabalho de Yannick Hara, através da página oficial do músico no Facebook e do perfil no Instagram.
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