Por: Vinícius Aliprandino

Após a divulgação de vários vídeos, mostrando os singles e deixando a todos apreensivos na espera do novo álbum, a banda rio-clarense Garrafa Vazia, surge, do meio do mato, para mostrar seu “Birinaite Apocalipse”.
No disco, a o quarteto demonstra evolução e maturidade, mas ao mesmo tempo, ganha ainda mais pontos por não perder a energia e descontração de uma banda que, ao mesmo tempo, consegue ser crítica e divertida, sem deixar de ser coerente com os ideais do punk.
Já no título do trabalho é possível perceber a proposta da banda e do disco. De um lado “birinaite”, que faz referência a diversão e do outro, o “apocalipse” da realidade caótica em que o mundo vive.

Crítica e diversão
A banda carrega em si a crítica antifascista e a consciência de que a música é por diversão. Tudo é política, inclusive a felicidade. É o amor e a diversão por agir e curtir, sem fazer mal ao próximo. Muito pelo contrário, com muita sede de justiça e vontade de ir além, de maneira despreocupada, mas consciente do mundo em que vive.
É como se, enquanto o mundo desmorona, o Garrafa Vazia gritasse contra o sistema e os pilares que o sustentam, indo contra o fascismo, racismo, homofobia, machismo, racismo e injustiça social econômica, mas ri e cospe na cara do autoritarismo que tenta fazer o mundo engoli-lo goela abaixo.
“Birinaite Apocalipse” saiu através do selo Red Star Recordings traz 11 faixas de um punk rock sério e divertido, clássico e sujo, direto e tranquilo – tudo de maneira simultânea, assim como é o espírito de uma banda, que se reinventa, sem perder as raízes e essência. Somando elementos ao invés de substituir.
A arte do álbum foi criada por Daniel Pacetta Giometti. Já a produção do disco ficou a cargo de Danilo Jarrão.
O Papo Alternativo preparou um faixa a faixa de “Birinaite Apocalipse” que vocês podem conferir logo abaixo.
Faixa a faixa
Autonomia
Abrindo “Birinaite Apocalipse“, a emocionante “Autonomia” convida a lutar e enfrentar todo o mal que está enraizado em nossa sociedade. O som é sério, focado e chega mostrando ao que o álbum veio.
“Aos Idiotas
Em seguida é a vez de “Aos Idiotas”. Agressiva logo no título, a faixa é mais rápida e questiona o problema daqueles que não pensam num contexto geral e olham apenas para o próprio umbigo pensando em benefício próprio. Rápida e direta, a faixa dá o recado em pouco mais de 30 segundos de música.
“Forga Cerebral”
Após a fúria, “Forga Cerebral” surge com um jeito mais tranquilo. Assim como o ritmo, a letra da música também passa tranquilidade. Descontrair, descansar sem se preocupar muito. Destaque para o riff da introdução que dá o ritmo logo no começo da música.
“Hipócrita”
A quarta faixa é “Hipócrita”. Com endereço certo e sem meias palavras, a canção é um punk rock crítico aos presidentes brasileiros e estadunidense. A música já havia sido lançada anteriormente em um vídeo, mostrando toda o descontentamento do Garrafa Vazia contra Bolsonaro e Trump.
Os versos “Doutrinador, pretensioso e ressentido… antipático e moralista, hipócrita” não deixam restar dúvidas quanto à posição da banda.
“Insubordinação”
Na sequência “Insubordinação” começa mais rápida. O instrumental lembra a trilha de uma cena de fuga de algum filme. Com bateria veloz, riffs repetidos e um baixo potente, a voz grave de Mariones sobre rebeldia.
“Caixa de Forfi”
Mais uma vez, o Garrafa Vazia mostra seu lado mais clássico do punk. Em “Caixa de Fórfi” o ritmo é mais arrastado e tranquilo. A canção traz também o estilo mais descontraído da banda em fazer música, mostrando que o grupo não perde o jeito.
“Punk do Mato”
Uma banda do interior não poderia deixar de falar da sua vivência e do lugar em que vive. “Punk do Mato” é exatamente sobre isso. Ser punk em uma cidade afastada da capital, mas ainda assim viver a cena e estar sujeito a todos os perigos que as ruas podem reservar para a pessoa. Destaque para o refrão que tanto o vocal principal quanto os de apoio cantam os versos “punk… punk do mato… tá na roça”.
“Streets of Cachaça”
“Streets of Cachaça” leva o álbum mais uma vez em um estilo de punk mais clássico. Com a letra falando sobre a vivência punk, de alguém que tem em suas veias a revolta e a sede de justiça.
“Vida Programada”
E, se parecia que tudo estava mais calmo e descontraído, a montanha russa que é “Birinaite Apocalipse” volta a sacudir, chutar o balde e jogar tudo pro alto – ainda mais.
“Vida Programada” aparece como a 9ª. faixa do disco com toda a revolta antifascista do grupo. Ao lado de um instrumental furioso, os vocais ácidos de Mariones grita contra tirania, racismo, xenofobia, fascismo, hierarquia, egoísmo, homofobia e o nazismo.
“Birinaite Apocalipse”
Após toda a voltagem elétrica depositada, é hora de tirar o pé do acelerador e sentir a descida com o vento batendo. “Birinaite Apocalipse”, a faixa que dá nome ao disco, traz a mensagem de bagunça, felicidade e diversão com o emocionante refrão carregado de “woahhh birinaite”.
“Coração Envenenado”
Encerrando o álbum “Coração Envenenado” começa com todo suspense na guitarra distorcida. Em seguida, bateria e baixo tomam a cena e preparam o campo para a voz que chega com os versos que convidam a tirar dos livros as teorias e fazer as utopias, em prol de um mundo mais justo e livre, acontecerem.
O Garrafa Vazia é da cidade de Rio Claro-SP e conta com Mário Mariones (voz e baixo), Ralph Faust (bateria), Saulo DS (guitarra e vocal de apoio) e Vancil Cardoso (guitarra).
Confiram o álbum “Birinaite Apocalipse” aqui e no link abaixo e acompanhem o trabalho do Garrafa Vazia, através da página oficial da banda no Facebook do perfil no Instagram.
https://open.spotify.com/album/26do98sEulx0OgoLaXRaxz
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