Por: Letícia Moraes
No conhecido reduto da boemia em Belo Horizonte, bairro Santa Tereza, berço do Clube da Esquina, é onde vive o cantor e compositor Fernando Mascarenhas, que se prepara para o lançamento de seu primeiro álbum “Dizperto“. Envolto pela introspecção do clima pandêmico, no trigésimo sétimo dia de confinamento ele compôs a faixa Dia 37.
O estilo da canção lembra o estilo de Lô Borges, seu conterrâneo. Fernando conta ainda que a letra veio como um desabafo sobre a solidão, distância e a vontade de estar perto das pessoas que ama. Ele quis descrever o que realmente sentia naquele momento, mas sem se prender no tema da pandemia, se fazendo valer de metáforas e figuras de linguagem.
O refrão é uma homenagem a uma das grandes influências do cantor, o membro fundador de “Os Mutantes”, Arnaldo Baptista. Com certa semelhança com “dia 36”, que visa deslocar-se pelo tempo em um calendário estendido, de espera, de um período perdido. E quem diria que ainda estaríamos assim tão perdidos?
Mascarenhas revela uma curiosidade sobre a faixa, que enquanto trabalhava no arranjo sua namorada escutava uma coletânea de jazz na cozinha e isso serviu também de inspiração. Fazendo uma mistura diferente e que deu certo, o som ficou simplesmente cativante para nossos ouvidos.