Por: Vinícius Aliprandino
A banda batataense, de rock ‘n roll e Blues, Irmãos McCoy, retoma as suas atividades, após meses parada e impossibilitada, devido à pandemia da COVID-19. Para anunciar a sua volta, o grupo preparou um projeto, no ProAC (Programa de Ação Cultural), na parte do edital para artistas iniciantes.
O projeto, intitulado “Embarcando no People Bus: uma viagem com a Irmãos McCoy“, é voltado para promover atividades culturais, que irão atuar em quatro frentes:
- Produção e difusão de um clipe inédito da banda;
- Os shows do próprio grupo;
- Oferecimento de workshops (Embarcando no People Bus” e “Ritmo, tambores e baterias: uma viagem pelas batida do rock-blues”;
- E a realização de live on-line de bate-papo, que explicará como funcionará o projeto.
Encabeçando o nome do projeto, a canção “People Bus” recebe uma atenção. Para isso o Papo Alternativo, em contato com o vocalista e tecladista do grupo, Leonardo Ricco Medeiros (Leospa), examinou a música.
Então, suba nesse ônibus, relaxe, sinta a canção, aumente o som, se assim desejar, sinta o blues e o rock; e vamos de carona embarcar nessa explicação sobre a a unidade e a importância de a construir em prol de um novo mundo, com novas práticas e ideias.
Uma carona rumo à unidade e a um novo mundo
Futuro telepático da humanidade, cuidados e o perigo da advocacia do diabo. O excesso de palavras, como elas podem carregar o ego e mais desinformar do que informar. A profundidade de “People Bus” é sentida logo de cara quando nos deparamos com sua letra e a forma como ela é tocada e cantada. Porém, é perceptível o quanto o mergulho pode ser ainda mais profundo, quando a canção é analisada em cada uma de suas partes.
Apesar de tamanha complexidade e abrangência de sua temática, a música surgiu de uma maneira um tanto simples. De acordo com Leonardo, ela “veio de uma vez“, sendo que, primeiramente, o riff foi o ponto de partida na criação e em seguida a letra pegou carona.
Medeiros conta que, inicialmente, a composição é como um hino do futuro telepático da humanidade ou de alerta ao excesso de intelectualidade e ego, conduzido pela enorme quantidade de palavras. Leonardo faz uma comparação e afirma que a ideia vai de encontro e, também, possui um olhar cuidadoso a respeito da advocacia do diabo – o que é algo para se estar sempre atento.
“É um alerta ao espirito da advocacia do diabo. De que é possível defender qualquer lado, mesmo esse lado não estando conectado à justiça e à beleza, à unidade“, explica o músico.

Acessibilidade, igualdade e mobilidade
Para além disso, de acordo com o artista, a ideia central de “People Bus“, também, vai ao encontro da “unidade”, no sentido de todos os indivíduos formarem e se conduzirem, em conjunto, como se todos fossem um só, em prol de um objetivo em comum.
Na contramão da desigualdade, a escolha pelo palavra “bus”, no título da canção, corresponde a algo mais democrático. No caso, um ônibus é o que representa essa igualdade e acessibilidade, ao mesmo tempo que sendo mais acessível e parte do dia a dia de um número maior de pessoas, também, representa a mobilidade e o transporte. Algo que possa levar adiante de maneira abrangente, longe de distinções e preconceitos.
Ainda mais além, na escolha pelo ônibus, também, está presente a ideia de que o ônibus por ser um transporte terrestre, corresponde, ainda mais, a algo democrático, uma vez que boa parte da população não tem condições financeiras para estar, constantemente, viajando de transportes não terrestres.
Afirmando essa ideia, Leonardo faz a comparação entre a escolha por um ônibus, ao invés de meios de transporte menos ou nenhum pouco acessíveis.
“O ônibus poeria ser um “space bus” , um ônibus espacial, porém quando surge a ideia de people bus, é uma forma de trazer para uma imagem mais humana, mais cotidiana, mais rotineira da maior parte das pessoas. Uma forma de mobilidade“, conta Leonardo.
O combo da Irmãos McCoy: dois clipes e um EP, dois caras e três carros
“People Bus” é, então, dividida em 4 partes
A primeira passa pela ideia do cansaço da sociedade, em relação à quantidade exagerada de explanação e explicação – e aqui mais uma vez temos um alerta ao excesso de palavras e ego – de uma forma que esse limite que é atingido, não carregue consigo um total desprezo com o que é dito.
“Não é um total desprezo pra isso porque nós ainda somos seres de palavras, de linguagem verbal e alguma coisa ainda é dita“, explica o vocalista.
Na segunda parte, inconformado e clamando pelo fim dos velhos tempos e modos; e em busca de novas formas de viver e ser, em um novo mundo, o alter ego canta sobre não poder permanecer quieto diante de tudo o que está acontecendo.
A canção ganha peso, como se uma revolta surgisse afirmando a ideia de inconformismo e ação, que são transmitidas através dos versos…
“Can’t be quiet,
Can’t be gentle violent
Stop the lies
Let the old world die“
Deixando um pouco de lado o tema pesado e aberto para um novo mundo, a terceira parte é o anúncio desse novo mundo, percebido, na mudança dos versos, que desaguam nos mares positivos e esperançosos de “Let the new world come” ( em português “deixe o novo mundo vir“)
Na sequência e em direção à forma de fazer um novo mundo, coletivo e reunido em prol de algo além, a música canta sobre sentir a necessidade e importância de se construir a unidade. Mas para isso, é necessária a união. Para que ela aconteça, antes, uma reunião. O encontro é o ponto central desse momento. Porém, não apenas com a ideia de encontro unicamente de corpos, mas sim de corpo e alma, e unidade existenciais que participam de um todo maior.
Como um grito e um chamado pela paz e amor, e a conclusão de que a coletividade que moverá o mundo, a última parte da música convida a pegar carona nessa viagem incrível e pronta para mudar as coisas, com união e respeito.
“We and they
Us and them
Peace and love
Love and peace
We are them
They are us
Just take a ride
On the people bus“
Nessa carona é notada a importância do mais simples. Para longe de palavras difíceis e que, não apenas confundem, mas cansam ou afastam a compreensão de um todo, em uma época de pandemias, escândalos de governo e briga de egos, onde as palavras são utilizadas para confundir.
Em um mundo cheio de informações falsas e onde as verdadeiras se perdem, em um jogo a favor de quem pode melhor utilizá-las, onde o excesso delas guia através de caminhos sem mapas, o ônibus das pessoas surge na beira da estrada deserta, para mostrar que uma nova forma é possível e necessária.
Confiram a faixa “People Bus” e o EP “Just Take a Ride” nos links abaixo e acompanhem o trabalho da Irmãos McCoy, através da página oficial da banda no Facebook e do perfil no Instagram.
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